quinta-feira, 14 de abril de 2011

Reflexão sobre o Canto - POR ANANDA RIBEIRO

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Assisti um vídeo, falava de Deus, de coisas de Deus. Sem que eu percebesse, me apertou o coração e minha mente disse: saudade. Saudade? Como saudade se sou dEle? E ele não vive em mim? Como saudade, se está tão perto, se está dentro, morando? Saudade de estar com Ele, de ser parceira dEle. Saudade de mais, não apenas de certa sabedoria e conhecimento, não saudade de um momento. Saudade dEle. Silêncio. Perplexidade. Passividade. Cadê a atividade? Saudade de estar nEle, o tempo todo e em cada pensamento, em cada sentimento. Em tudo e em todo. Saudade de buscar mais que um alento, mais que apenas uma direção. De buscar Ele e de Ele ser tudo, tão somente.

Assisti outro vídeo, falava de perdidos, de povos perdidos, de missões. Dessa vez, fui percebendo e querendo perceber, fui na intenção de lembrar: falta. Me falta morrer em mim mesma e nascer em Deus. Falta voltar a sonhar Seus sonhos. No vídeo, eu vi aquele rostinho negro, aquela ferida no queixo e aquela orfandade desmerecida e inocente, embutida num olhar tão jovem e cansado, numa esperança tão nova e cansada, olhando pra mim. Me lembrei que, na mesma imagem, um dia escrevi: me espera. Lembrei que um outro dia, a mesma imagem me respondeu num outro vídeo: até quando vou ter que esperar? É a mesma imagem, sempre, me esperando. E cadê a atividade? Só há em mim passividade.

Não estou longe, estou perto. Não estou fora, estou dentro. O que é, o que é então? Por que saudade, como saudade, se está comigo, se mora em mim? Eu fui deixando, esquecendo, fui não priorizando. Fui deixando de lado, ali, no canto, deixando pra depois. Deixando pra sonhar de olhos fechados o que fui chamada para sonhar de olhos abertos. Fui deixando dormir o que era pra acordar. Não, eu não posso ir pra África agora, eu não posso denunciar agora tudo o que vejo de errado. Há tempo para todas as coisas, há coisas que só mais pra frente eu vou fazer. Mas Deus está me preparando, moldando pra ver se eu fico mais à imagem, mais à semelhança.
 
E eu posso orar agora. Eu devo orar. A falta, a saudade, isso tudo reflete a situação que se passa: Ele mora aqui, em casa, mas eu tenho tanta coisa pra fazer e coloco tanta coisa como prioridade que mal dá tempo da gente conversar direito, mal consigo parar e dizer: Oi Pai... Tudo ficou tão rotineiro e aceitável! Acho que coloco mais graça em meus erros do que realmente recebo. Misericórdia, Senhor! Misericórdia porque, antes, eu tinha um coração puro e sincero que não se continha em orar Teu amor e hoje, contenho.  Antes eu assistia vídeos pra saber e conhecer. Hoje, no dia de hoje, precisei assistir pra poder lembrar. Dos nossos sonhos. Da nossa parceria. Do nosso, ativo, amor. Perdão Senhor, pelo canto, onde Te coloquei.


Ananda Ribeiro estuda Comunicação Social - Jornalismo na Universidade Estadual de Londrina (UEL), tem 18 anos e participa do ministério de King's Kids Brasil.
 

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